quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Fukushima - Grande Desafio Para a Humanidade

Todos lamentamos quando o tsunami de 2011 atingiu a costa japonesa, causando enormes estragos, destruindo cerca de 400 mil casas e outros edifícios no litoral nordeste do país, onde cerca de 315 mil pessoas ainda permanecem em residências temporárias dois anos depois, além de ter provocado uma crise nuclear sem precedentes.

O saldo deste drama foi complicado, gerando 18,5 mil mortos.

Porém, não apenas isto.

O fantasma da usina atômica continua presente, causando problemas ambientais de enormes proporções, sendo hoje, talvez, o maior desafio humano a ser enfrentado.

Durante a Segunda Guerra Mundial a energia nuclear demonstrou sua potencialidade de causar danos, como ocorreu nas cidades de Hiroshima e Nagasaki. As cidades foram palco de uma das maiores chacinas da história, matando milhares e contaminando gerações.

Porém, a questão da energia atômica é complexa. Se por um lado ela gera energia com múltiplas aplicações na medicina e indústria, de outro, sabemos que existem problemas ambientais relacionados com os acidentes que ocorrem nas usinas e com o destino do chamado lixo atômico - os resíduos que ficam no reator, local onde ocorre a queima do urânio para a fissão do átomo.

Os tanques com este lixo são descartados no mar, o que os torna potencialmente perigosos, afinal, como vimos em Fukushima e em Chernobyl, os acidentes acontecem.
No caso de ambas as usinas, os materiais radioativos foram liberados de dentro do reator, ocasionando a contaminação do meio ambiente, "provocando doenças como o câncer e também morte de seres humanos, de animais e de vegetais. Isso não só nas áreas próximas à usina, mas também em áreas distantes, pois ventos e nuvens radioativas carregam parte da radiação para áreas bem longínquas, situadas a centenas de quilômetros de distância". (site  Ambiente Brasil).

Desde 2011 Fukushima tem lançado ao mar toneladas de material radioativo, contaminando os mares e os lençóis de forma assustadora. Peixes com traços de radiação já foram encontrados na Califórnia - do outro lado do mundo.

Nesta semana, com a passagem de mais um Tufão pela região, a situação se agravou ainda mais.

No site Common Dreams, antes ainda da questão do tufão, lemos a informação de que "a empresa proprietária de Fukushima, a Tokyo Electric (Tepco), confirmou que daqui cerca de 35 dias eles começarão a tentar remover mais de 1.300 tubos de combustível de um dos tanques que está bastante danificado a cerca de 50 metros do chão. Este tanque está em cima de um prédio muito danificado que está afundando, entortando e pode facilmente cair com o próximo terremoto ou até mesmo sozinho.
As quase 400 toneladas de combustível naquela piscina podem derramar 15 mil vezes mais radiação do que foi derramada em Hiroshima. (grifos meus)
A única coisa certa sobre essa crise é que a Tepco não tem os recursos financeiros ou científicos para lidar com a situação. Nem mesmo o governo japonês. A situação demanda de um esforço mundial coordenado dos melhores cientistas e engenheiros que nossa espécie pode prover.
Por que isso é tão sério?
Nós já sabemos que milhares de toneladas de água muito contaminada estão vazando de Fukushima desde 2011 e indo direto para o oceano Pacífico. Já foram encontrados cardumes de sardinha com traços de contaminação na costa da Califórnia… E nós devemos esperar coisas muito piores..."
 
O embaixador aposentado Mitsuhei Murada diz que se esta operação der errado, “destruiria o ambiente mundial e nossa civilização. Não é ciência astronômica ou se conecta com debates sobre plantas nucleares. Esse é um assunto sobre a sobrevivência humana”.
 
No site pode-se encontrar mais informações a respeito.
 
A situação é triste e também muito preocupante.
 
Dos produtos do mar, o único alimento que ainda consumo são as algas marinhas, porém estarei suspendendo o uso por agora.
 
Fukushima tornou-se uma enorme fonte de envenenamento do Planeta. E, queridos brasileiros, não pensem que, por estar lá do outro lado da Terra, seremos poupados do drama. Este é um assunto global - como tudo, embora ainda não tenhamos nos dado conta disso.
 
Cabe à nós, humanos, nos conscientizarmos dos problemas que dizem respeito ao nosso entorno, trabalhando por uma realidade diferente, pois temos atuado até aqui de forma tão somente predatória e inconsequente.




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