Para alguns, paz significa a ausência de angústia.
Sim, entretanto nem sempre os alienados se angustiam em situações conflitantes. Falo dos alienados de si mesmos, do mundo, das coisas essenciais da vida. Estes podem ver o mundo cair ao seu redor, que em nada se alterarão, seguindo seus dias, desligados de uma realidade maior. Para outros, paz significa ausência de guerras entre países.
Por certo onde há guerras não há paz, porém, existe uma outra guerra, muito mais insidiosa, perigosa e devastadora: a guerra contra nós mesmos. Esta luta silenciosa que nos leva ao caminho da morte, do desespero, da exaustão, por trilhas quase sempre inconscientes.
Por fim, existem os que creem ser a paz uma utopia neste mundo, afinal os dramas só se multiplicam, desde os lares até ás grandes nações.
Realmente, se mantivermos a atenção apenas no hoje, não teremos esperança de paz no mundo. Entretanto, é preciso voltar nossos olhos para mais adiante, prevendo um futuro diferente, a partir da mudança de cada um de nós.
Paz é a total não-violência, como pregava Gandhi, inspirado em Leon de Tolstói. É a execução completa da palavra do Cristo: "Não resistais ao mal” (Mt 5,39). Ou seja, não resistais ao mal com o mal, não responda violência com violência.
Veja, não se trata de cruzar os braços, mas de responder à violência com a não-violência ativa, que luta pelos direitos, que fala das incoerências, que mostra outras possibilidades além das experimentadas até aqui.
Paz é o encontro de cada um com o Reino, que está bem aí, no teu, no meu, no nosso coração pulsante, nas nossas vidas ativas, nos convidando à reflexão sobre toda Sua grandeza.
Paz é ser aquilo que se prega, é viver de acordo com o que se acredita, mas nunca em sistemas fechados! Para vivermos em Paz é preciso, acima de tudo, estar em continuo processo auto-avaliativo, buscando em si aquilo que pode ser, em algum momento, a expressão do mal.
Paz é o reconciliar-se com todos, inclusive (e principalmente) consigo mesmo.
É deixar para lá uma bobagem dita, um rosto fechado, uma pedra do caminho, entendendo que tudo faz parte de nosso crescimento.
Paz, esta sensação sublime, é o resultado de uma elevação maior da alma, em todos os níveis da existência: físico, psíquico, social, espiritual. É se alimentar de forma pacifica, sem se permitir colocar a morte no prato, respeitando os irmãos animais, como deve ser e como gostaríamos que fizessem conosco.
É negar-se à ingestão de materiais psíquicos de baixa qualidade, oriundos dos meios de comunicação da atualidade.
É fugir das fofocas, dos muxoxos, das mentiras sociais.
É viver na verdade, embora no mundo possa ainda reinar a mentira.
Paz é isso... é muito mais do que conseguimos fazer até aqui, entretanto o futuro pode e deve ser diferente.
Para chegarmos até ela basta-nos um só movimento, um só comprometimento, uma só convicção: sermos, cada um de nós, instrumentos do bem, conforme já aprendemos a recitar na linda prece atribuída ao querido Francisco de Assis.
Muita paz!
É o que te desejo.
Perfeito! ;)
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